quinta-feira, 10 de março de 2016

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...

(Este texto foi escrito em Setembro, quando o Vi entrou na escola. Nunca o partilhei, não tinha foto! Lá está... Faço-o agora.)


Não consigo deixar de ter a melodia do Sérgio Godinho na cabeça enquanto faço o caminho para a creche do Vi.
Hoje é o primeiro dia, a primeira vez que deixo o Vi com pessoas que não me são nada, que não te são nada... Tenho o coração pequeno, do tamanho de um mirtilo que era como chamava o embriãozinho de 7 semanas que estava dentro de mim.
Estou tão nervosa que ando a ver mil vezes se já tenho os materiais todos para a escolinha que preciso de levar, estruturo na minha cabeça mil vezes como vou a fazer a adaptação dele, enfim... Estou uma pilha de nervos!
Mesmo tendo o puto mais fácil do mundo, não quero deixar logo no primeiro dia, um horário completo. Acho que é muito violento, tanto para mim, como para ele...
Prefiro fazer as coisas faseadas. Hoje fica duas horinhas, para conhecer a educadora e a auxiliar, para começar a sentir a escola, os colegas, mas não quero que se sinta abandonado ali.
Amanhã já vai 4 horas, e nos dias seguintes já tenciono pôr o dia completo!
Sei que vai correr bem, mas esta sensação de sair debaixo da asa familiar está me a partir o coração.
Que técnicas usaram para colocar os vossos filhos na escola? Contem-me tudo e acalmem este coração de mãe a sofrer! :)

(...)


Posso já vos contar como acabou a adaptação do Vi à Escola.
Primeiro dia deixei-o lá, ficou meio abananado sem perceber mas nem chorou.
Eu, com um sentimento de culpa enorme (que hei-de falar dele noutro dia) desatei a chorar no corredor e a professora para mim: "Então, mãe?"
Só lhe disse: "Há-de passar! Mas vá lá para dentro ter com ele que eu não quero que ele me veja assim!"
Saí da escola com o coração a doer-me. Literalmente. Uma dor no peito que insistia em não passar.
Só acalmou quando o fui buscar logo a seguir ao almoço deles.

Segundo dia já foi o tempo todo e não chorou. Aliás, nem nunca chorou. Só mesmo eu!

Hoje sei que não podia estar mais bem entregue. Adoro a escolinha dele, ele vai ao colo de todas e dá miminhos e sei que lá ele está bem.

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